segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A atenção básica a idosos portadores de condição crônica, acesso e desigualdades é tema de pesquisa na FSP

A atenção básica a idosos portadores de condição crônica, acesso e desigualdades é tema de pesquisa na FSP


O envelhecimento da população é uma aspiração natural de qualquer sociedade, mas, o grande desafio dessa conquista é proporcionar uma melhoria da qualidade de vida aos que já envelheceram ou que estão no processo de envelhecer, com manutenção da autonomia e independência. A conquista da longevidade não significa, necessariamente, o aumento da qualidade de vida desses indivíduos idosos. Apesar do prolongamento da vida, permanece inalterada a época em que surgem as doenças e incapacidades, com ônus para o sistema de saúde, agravado pelo aumento da população mais longeva que consome recursos maiores.

Partindo da hipótese que a atenção às condições crônicas de doenças como hipertensão, diabetes e outras doenças apresenta barreiras de acesso e desigualdades, Marília Cristina Prado Louvison, orientanda da professora Maria Lucia Lebrão, conclui sua tese “Avaliação da atenção às condições crônicas em idosos: Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus como condições traçadoras” junto ao estudo Saúde e Bem Estar no envelhecimento (SABE). O objetivo desse trabalho era avaliar a atenção à saúde às condições crônicas de idosos, utilizando a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus como condições traçadoras. Durante o estudo com 2143 idosos observou‐se uma prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica de 53,1% e de Diabetes Mellitus do tipo 2 de 16,8% em 2000, com incidência de autorreferência acumulada no período, de 30,0% e 8,0% respectivamente. A cobertura de planos de saúde entre os hipertensos e/ou diabéticos foi de 48,9% em 2006, mantido no período. Foi referida dificuldade em usar serviços de saúde por 28,6% dos hipertensos e/ou diabéticos em 2006, a maior parte relacionada à qualidade percebida dos serviços. Quem tem plano de saúde mostrou menor dificuldade de acesso, menor tempo de espera para agendamento e para ser atendido no serviço e maior satisfação com o uso.

No entanto, o uso de serviços para controle foi maior entre os que não referiram posse de plano de saúde. Houve ampliação do acesso medicamentoso no período para ambas as doenças, em particular no setor público, com 70,5% dos diabéticos e 88,4% dos hipertensos usando medicação específica em 2006.

Em conclusão, as condições crônicas estudadas têm forte impacto no uso de serviços, mas estes mostram pouca influência nos casos de óbitos, complicações devido à condição crônica ou adesão ao tratamento. O que sugerem desigualdades no acesso e na qualidade da atenção, algo que necessita de mudanças caso se deseje promover o envelhecimento ativo sem dependências e limitações.

Mais informações pelo e-mail: mariliacpl@usp.br

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